terça-feira, 25 de junho de 2013

Um "moderado" é eleito presidente do Irã

Hassan Rouhani.

Não sei se já repararam, mas sempre que a mainstream media se refere a um candidato iraniano ele é "moderado". Os ultraconservadores são aqueles que recebem poucos votos e nem se aproximam de se eleger. A impressão que tenho ao ler alguns jornais americanos (vocês já devem saber quais são) é que todos os candidatos iranianos são moderados. Ou seja, alguma coisa nisso tudo está errada!

A bola da vez é o recém-eleito Hassan Rouhani, que tem até twitter, um clérigo conhecido no Ocidente pelo seu apelido de "Sheikh Diplomata". Ele mesmo se declarou "moderado" e "reformador", palavras estas que só adoçaram NYT, Washington Post e cia limitada. Teve até colunista por aí pedindo uma aproximação do presidente Obama para com ele. 

Passemos agora, resumidamente, a analisar os feitos políticos do senhor Rouhani. Ele esteve no Conselho Supremo Nacional durante 16 anos e renunciou recentemente, ainda sob o mandato de Mahmoud Ahmadinejad*. O que indica claramente que detém a confiança do aiatolá Ali Khamenei. Vale destacar também que durante o governo de Mohammed Khatami (vejam só, outro moderado!) o "Sheikh Diplomata" foi colocado à frente da equipe nuclear iraniana e conseguiu, ao prometer suspensão de parte da atividade nuclear do país, um abrandamento nas sanções.

Quem pode melhor explicar o resultado de todo este esforço de Rouhani é o ex-presidente do Parlamento Abdullah Ramezanzadeh: "Nós tínhamos um acordo para a suspensão do enriquecimento, mas importávamos todas as peças necessárias para a atividade nuclear. Estávamos realizando todas as nossas políticas em duas frentes: uma para continuar as negociações de forma aberta mantendo os americanos longe delas, e outra para continuar nossas atividades nucleares e segredo."

Bom, para mim isso já bastaria para ter os dois pés atrás com este presidente "moderado". No entanto, a coisa não para por aí. Ainda tem mais. Conforme noticiou o Washington Times, Hassan Rouhani integrou uma força-tarefa iraniana responsável por planejar o atentando à AMIA (Asociación Mutual Israelita Argentina), em 1994, assassinando nada menos do que 85 pessoas. Sabem o que é pior? Ler matérias de jornalistas "respeitáveis" confiando em sua moderação porque ele não falou nada sobre Israel. Não falou mesmo. Mas fez coisa muito pior!

Algo que pode parecer meio contraditório aqui depois do exposto anteriormente é o fato de Rouhani se apresentar como moderado tanto dentro quanto fora do Irã. Sobre isso, e para concluir este pequeno texto, gostaria de citar a melhor análise que li tratando do assunto até o momento, feita por Reza Kahlili no WND:

"Um analista da inteligência da Guarda Revolucionária que desertou para um país escandinavo previu a seleção de Rouhani como próximo presidente uma semana antes da eleição e disse que o regime cria constantemente uma imagem de divisão dentro do seu sistema político entre os chamados conservadores e moderados. O objetivo de colocar o moderado Rouhani como vencedor era enganar o Ocidente mais uma vez através de uma nova esperança de que poderia haver negociações sobre o programa nuclear ilícito do Irã, disse ele, enquanto consegue ainda mais tempo para desenvolver armas nucleares, tornando-se assim, inatingível pelo Ocidente."

 Reparem como não é nem um pouco difícil enganar o Ocidente com esta tática. E tudo se torna ainda mais fácil com Barack Obama Presidente, John Kerry Secretário de Estado e Chuck Hagel Secretário de Defesa dos Estados Unidos.

*Pouco antes das eleições e vendo que sua guerra particular contra Ali Khamenei estava para ser liquidada, o presidente Mahmoud Ahmadinejad fez uma ameaça: se a candidatura de seu favorito não fosse aprovada pelo Conselho ele traria a público as provas de que houve fraude em sua eleição. Em resposta ficou preso por 7 horas, seu candidato não foi aprovado e até o momento ele calou a boca.

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