segunda-feira, 13 de maio de 2013

Pior do que Watergate!

Gregory Hicks.
 Esta foi a expressão que ecoou em minha cabeça durante toda a semana passada ao ouvir os depoimentos de representantes americanos na Líbia sobre a morte do embaixador Christopher Stevens e mais três pessoas nos ataques ao consulado em Benghazi, no dia 11 de setembro de 2012. Seria uma expressão exagerada? A meu ver, não. Isso porque, nas palavras de Glenn Beck, "em Watergate ao menos nenhum americano morreu".

Os ataques tiveram seu início na noite de 11 de setembro e continuaram até a manhã do dia seguinte, com intensa pressão por parte dos jihadistas do grupo Ansar Al-Sharia, representante da Al-Qaeda na Líbia. Logo que a notícia da morte dos quatro americanos se espalhou pelo mundo a administração Obama tratou de culpar o filme The innocene of Muslims, alegando que sua divulgação causou inúmeros protestos em todos os países islâmicos e que era um abuso da liberdade de expressão.

Ao cabo de tudo, o criador do vídeo foi preso -simplesmente por se utilizar do seu direito de liberdade de expressão- e, dentre os terroristas que atacaram os consulados americanos, pouquíssimos foram identificados. Agora parem para pensar: 11 de setembro de 2012. Vocês acham mesmo que os muçulmanos estavam preocupados com este vídeo? Ademais, protestos de caráter repentino poderiam fazer tanto estrago como fizeram? Eu, particularmente, custo a acreditar nisso. Não descarto a hipótese para outras embaixadas, mas definitivamente não foi o que aconteceu em Benghazi.


Para piorar ainda mais a situação, a administração Obama foi basicamente negligente não enviando apoio militar aos americanos que estavam sob ataque mesmo sabendo das circunstâncias. Quem disse isso foi ninguém menos do que Gregory Hicks, ex-vice chefe do Departamento de Estado para a missão na Líbia. Em suas palavras, "um movimento rápido sobre aviões em Benghazi poderia muito bem ter evitado algumas coisas ruins que aconteceram naquela noite". Ele quis dizer que havia tempo para que tropas de apoio fossem enviadas à cidade líbia para salvar a vida dos americanos que estavam sofrendo um ataque terrorista orquestrado.

"Na noite em que ocorreu o incidente, eu estava em minha mesa no final do dia (em Trípoli) quando chegaram os primeiros relatos de que as instalações diplomáticas em Benghazi estavam sendo atacadas", relatou Hicks. Ele ainda continuou salientando que "mais tarde, quando eu ouvi que o embaixador Stevens estava em um lugar seguro e que não poderia ser contactado, recomendei para a Casa Branca uma equipe de apoio". Interrompo a declaração do senhor Hicks para perguntar: que lugar seguro seria este? De uma forma ou de outra, o embaixador foi assassinado.

Mas o relato chocante não para por aí. Ao sugerir a equipe de apoio para Benghazi, Hicks recebeu como resposta que esta alternativa "estava fora da mesa de operações". Como traz à baila a matéria do WND, nas primeiras horas da manhã do dia 12 de setembro, tendo em vista que o ataque ainda continuava, Hicks ficou frustrado pela negação de um pedido urgente para despachar tropas de Operações Especiais de Trípoli a Benghazi para ajudar na evacuação segura dos americanos.

"Que diferença isso faz?", perguntou Hillary Clinton.
O Congressista Jason Chaffetz, R-Utah, perguntou então "como o pessoal reagiu com a negação da ajuda" e a resposta de Hicks foi que "eles estavam furiosos". O ex-vice chefe do Departamento de Estado contou também que, caso os aviões da base aérea de Aviano (Itália) fossem enviados demorariam cerca de duas ou três horas para chegar. O problema é que não havia aviões-tanque disponíveis para abastecimento. Na sequência, Chaffetz rebateu: "é impressionante como ninguém na administração Obama resolveu pedir à Líbia permissão para utilizar seu espaço aéreo para salvar a vida de nosso embaixador".

Sobre o vídeo, todos os três depoentes -Hicks, Eric Nordstrom e Mark Thompson- concordaram que não possuía nenhuma relação com os ataques. Nas palavras de Hicks, "o vídeo não foi o instigador do que estava acontecendo na Líbia, nós não vimos manifestações relacionadas a ele em qualquer lugar da Líbia". Quanto às declarações de Susan Rice culpando o filme em cinco talk shows diferentes, Hicks disse o seguinte: "eu estava atordoado, meu queixo caiu. Eu estava com vergonha".

Depois destas impactantes palavras, ficou extremamente clara a negligência por parte da administração Obama na resolução do caso. Mas isso não é tudo. A pergunta que faço é por que, sabendo dos ataques intensos e do risco de morte para os americanos, ninguém autorizou o envio de apoio a Benghazi? Esta é uma dúvida que, provavelmente, ainda ficará no pensamento de muitas pessoas.

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